A onda mundial que já chegou ao Brasil consiste em pedidos de demissão voluntária.
O que parece contraditório quando sabemos que muitas pessoas estão em busca de trabalho, é uma realidade que trouxe um novo desafio para os profissionais de RH.
Quer saber mais sobre o The great resignation Brasil e como não sofrer com suas consequências? Continue comigo nesta leitura!
O que é a grande renúncia de trabalho?
Com um mercado de trabalho cada vez mais exigente, profissionais precisam se especializar ainda mais para conseguir uma vaga de emprego. Muitas pessoas nem ao menos conseguem algo na área de especialização e procuram por qualquer trabalho que possa oferecer um bom sustento financeiro.
Por outro lado, muitas empresas têm posturas mais agressivas no posicionamento com seus funcionários, oferecendo muito menos apoio do que deveriam. Isso acaba se tornando um fardo tanto para a saúde física quanto mental dos trabalhadores.
Funcionários desgastados acabam não rendendo tanto quanto deveriam. Isso acaba também prejudicando a empresa e fazendo com que haja uma queda nos resultados que eram esperados. Isso acaba frustrando cada vez mais os gestores, que muitas vezes não enxergam qual o verdadeiro problema.
Diante de tanto descaso e cobranças abusivas sobre o trabalho a ser realizado, somado a isso um ambiente que não favorece o bem-estar dos funcionários, esses acabam pedindo para sair do emprego: a renúncia.
Essa é uma postura que vem se tornando bastante comum no mundo todo. E esse grande aumento no número de pedidos de demissões está sendo conhecido como The great resignation, podendo ser traduzido como “a grande renúncia”.
The great resignation
Esse grande número de demissões que vem ocorrendo com frequência no país é reflexo da insatisfação dos funcionários em seu trabalho, por diversos motivos, fazendo com que peçam para sair da empresa mesmo sem ter em vista outro trabalho.
O movimento já é bastante comum em países como Estados Unidos, Índia e China, e vem crescendo cada vez mais no Brasil. Esse ato é justificado pela insatisfação não apenas com o trabalho, mas com o estilo de vida que essas pessoas vêm levando.
A onda mostra, principalmente, que os trabalhadores não estão mais aceitando qualquer tipo de trabalho que possa dar a eles um sustento. Essas pessoas estão abrindo mão, na verdade, de um emprego insatisfatório para procurar novas experiências que tragam mais felicidade e satisfação.
Os trabalhadores que fazem parte dessa nova realidade são aqueles que são bem remunerados em seus empregos e com estabilidade. Porém, decidem largá-los para ir em busca de novos ares, que possam gerar mais bem-estar, mesmo que isso signifique ganhar menos e ter menos status.
Demissões voluntárias no Brasil
Segundo dados do IBGE, há cerca de 9,5 milhões de pessoas desempregadas no país (consulta em fevereiro/23). Porém, um terço desse alto número foi de demissões voluntárias, segundo dados da LCA Consultores, utilizando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Muito desse novo comportamento dos funcionários em relação às empresas também se reflete no período pós-pandemia. Todos os hábitos que foram alterados por causa da Covid trouxeram mais incertezas, medos e reflexões para as pessoas sobre sua rotina.
O fenômeno the great resignation pode até ser aplicado às causas consideradas normais para poder sair de um emprego, como melhorar a qualidade de vida, procurar um ambiente de trabalho mais saudável e buscar um salário melhor.
Porém, essas situações são mais comuns quando o trabalhador já consegue outras vagas de emprego para melhorar sua vida profissional. O que não é o caso desse grande número de funcionários pedindo demissão atualmente.
É bem verdade que muitas também resolveram mudar seu estilo de trabalho como consequência da pandemia. O home office é um exemplo, principalmente para aqueles que sonham em ter mais tempo livre, longe de uma rotina desgastante de serviços e podendo ganhar mais dinheiro.
Muitas empresas abriram vagas para o trabalho remoto, mesmo aqueles que só contratavam de forma presencial. São novas oportunidades que fazem muita gente ir em busca de novos sonhos e experiências de vida.
Porém, isso não significa que sejam apenas aqueles que trabalham de maneira estável que decidem se arriscar em novas situações. Geralmente, essas pessoas também estão trabalhando em condições tão péssimas que se veem obrigadas a sair, mesmo sem uma perspectiva de tempo para arranjar outro emprego.
Desafio para as empresas
Diante de toda essa nova realidade do the great resignation, é claro que o mercado sente profundamente essas mudanças. As empresas precisam se mexer de maneira urgente para saber identificar quais os principais pontos a serem mudados e implementar uma cultura totalmente diferente para não continuar cometendo erros.
Primeiro, elas devem começar a olhar internamente, combater o ambiente tóxico que cerca a empresa. Isso pode ser feito mudando o excesso de cobrança e pressão feita sobre os funcionários. Afinal, isso acaba aumentando a insegurança, prejudicando seu desempenho e sua saúde mental.
É importante também que elas saibam trabalhar no reconhecimento aos seus funcionários. Elas precisam se preparar não apenas para tornar uma vaga atrativa e preparar bem a pessoa que irá trabalhar, mas também devem dar ao trabalhador toda a satisfação de prestar aquele serviço.
Afinal de contas, muitas pessoas estão renunciando ao seu trabalho por conta dessas situações. Sabendo como reconhecer o esforço do profissional e valorizá-lo mais, procurando ajudar no que for preciso para fazê-lo alcançar bons desempenhos na profissão e sempre procurar saber o que ele precisa é o que atrai os trabalhadores.
Ou seja, as empresas precisam estar mais atentas a questões de caráter comportamental e psicológico para conseguir evitar saídas de funcionários como essas. E isso torna o ambiente mais agradável tanto para empregados quanto para gestores.
Sistema híbrido de trabalho
Continuando na via adotada durante o período da pandemia, as empresas podem continuar a adotar o sistema híbrido de trabalho. É claro que para isso é necessário realizar novos planejamentos, formas de comunicação e organização para realização do trabalho.
Porém, o trabalho em home-office é uma boa oportunidade para captar e manter talentos, fazendo-os se adaptar a uma rotina diferente, talvez menos cansativa, mas nem por isso menos importante.
A flexibilidade desse trabalho deixou as pessoas mais a vontade e, permitir esse novo modelo de trabalho na empresa pode trazer bons resultados.
Para que isso se torne um modelo de trabalho de sucesso, é preciso fazer com que as pessoas sintam que estão fazendo parte da empresa, que seu trabalho está sendo valorizado e criar uma nova cultura de trabalho que possa ser benéfico a todos que fazem parte desse ambiente diariamente.
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