Nossa entrevistada de hoje para a série Mulheres que fazem a diferença no RH é a Jullyanne Pires do Empregga, consultoria especializada em recrutamento e seleção para pequenas e micro empresas, que conecta profissionais de RH a empresários que precisam contratar novos colaboradores.
Quem é a Jully do Empregga?
Ela iniciou sua carreira estagiando em empresas bem cedo, ainda quando estava na escola. A Jully conta que isso contribuiu para moldar suas habilidades para trabalhar com pessoas, e que as funções que a mais motivava era resolver problemas e situações que pediam uma maior articulação e raciocínio.
Foi aí que percebeu que sua carreira estava sendo naturalmente direcionada às humanas, e que ela se sentia muito feliz fazendo isso. Já imaginava: “a minha área vai ser por aqui, algo relacionado à administração ou RH”.
Além de uma consultora dedicada e que adora ajudar seus clientes, a Jully é mãe do Carlos, de 11 anos, e da Bela, de 4 anos. Ela distribui sua atenção e habilidades entre o trabalho e a família, e garante que é possível, sim, equilibrar tudo para que os dias sejam leves e produtivos.
Como nasce uma consultora de Recrutamento e Seleção?
Pode parecer engraçado dizer que “nasce uma profissão”, mas, ao entrevistar a Jully, percebemos que seu processo de definição da carreira foi como um filho planejado.
Na época em que a Jully entendeu que se identificava com a área de humanas, decidiu que iniciaria a faculdade, pois começou a sentir a necessidade de se especializar, e, como já sabia para onde queria ir, foi mais fácil escolher o curso. E o universo estava a seu favor: ela ganhou uma bolsa para estudar Recursos Humanos.
Então, ao analisar a grade, viu que o curso envolvia departamento pessoal, recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento. A área chamou muito sua atenção, e despertou mais ainda aquela vontade de fazer acontecer.
Logo no início da vida acadêmica começou a estagiar na área, porém no departamento pessoal, e sentia que aquela rotina em si não era o que lhe despertava interesse, o que a motivava era a interação com pessoas. As questões de cálculos, números, conferência e fechamento de folha não a realizavam como profissional.
Por isso, foi em busca de realização! Passou a estagiar na área de seleção de pessoas numa consultoria de RH, atuando na fase inicial de recrutamento: divulgação e triagem. Foi aí que começou a conhecer o mundo do Recrutamento, e teve ainda mais certeza de que estava na área certa.
Mas, como almeja crescimento, precisava de mais! Sentia falta de realizar estratégias e planejamentos. Ela queria recrutar, mas também queria estar junto ao cliente ajudando nas decisões, nas estratégias, na análise do melhor candidato para tal oportunidade de sua empresa.
Arriscou-se novamente em busca de crescimento, então voltou para o departamento pessoal, mas dessa vez para assumir todo um setor. Visualizava que, assumindo a área de DP, seria mais fácil seu acesso à área de recrutamento e seleção. Mas sabemos que, na prática, nem sempre as coisas são como planejamos. E ela não teve acesso a esse crescimento como gostaria.
Como, então, nossa heroína fez sua transição para a área de R&S? Vem com a gente para conhecer a história!
A Jully é ex Selecter. Sabia?
Sim, ela já fez parte do nosso time, e temos o maior orgulho de ter participado de sua jornada!
O convite para atuar num setor multitarefas apareceu como uma oportunidade para desenvolver seu trabalho em diversas frentes, desde o atendimento ao cliente até na consultoria do sistema Selecty.
E foi trabalhando numa empresa que provê tecnologia para o R&S que ela entendeu como são os processos e aprendeu todo o fluxo que envolve o recrutamento e seleção. E o mais legal: passou a ajudar o time a aplicar todo esse conhecimento dentro do sistema.
Ela conta que ali teve verdadeiro contato com diversas consultorias, tipos de empresas, de vagas e perfis. E foi nesse momento que conseguiu aprender mais e aplicar seu conhecimento em R&S.
Devido às suas habilidades, experiência e conhecimento no universo do recrutamento e seleção, a Jully foi indicada pelo CEO da Selecty para uma posição bem desafiadora em uma startup que estava surgindo no mercado e precisava de uma pioneira na expansão da empresa em Curitiba.
Foi assim que a Jully foi convidada pela Empregga para iniciar essa jornada.
Como a Jully atua no Empregga e ajuda pessoas
Iniciou os trabalhos no Empregga testando o formato da consultoria para consolidar a empresa em Curitiba.
Isso porque a atuação da consultoria é um pouco diferente. No Empregga, cada agente recrutadora é dona do seu próprio negócio, ou seja, atua como micro consultoria. Cada agente é responsável pela parte comercial, alinhamento, triagem, seleção, entrevista e configuração de processo de seus clientes e vagas.
Então, como agente do Empregga, a Jully faz todo o processo de recrutamento e seleção, prestando consultoria ao cliente desde o início. Alinha as expectativas, entende o que o cliente espera com a contratação do novo colaborador, qual o perfil dos atuais colaboradores da equipe e inicia o processo de R&S analisando o perfil técnico e comportamental dos candidatos.
A Jully nos contou que é orgulhosa pela construção das relações com seus clientes, que são de confiança e parceria. O cliente só precisa participar do alinhamento de expectativas no início do processo, e conhecer os candidatos na última fase. Não há nem a necessidade de o gestor dominar técnicas de entrevista, pois a Jully continua o apoiando nas entrevistas e na escolha do candidato.
Seu trabalho é realizado em formato totalmente online e, graças à tecnologia, tem clientes em todo território nacional e consegue conduzir todo o processo, desde o alinhamento inicial até a contratação do novo funcionário, de forma remota.
O Software Selecty ajuda na rotina de trabalho da Jully
Ela nos contou que todo o processo com o cliente e candidato é realizado diretamente no software Selecty. Essa tecnologia permite que tanto a parte comercial, definições da vaga, divulgação, processo seletivo, validações, interações com o candidato, sejam realizadas de forma digital e unificadas.
Já no início da consultoria com o cliente, acontece o alinhamento para entender suas expectativas. A partir daí, é criado todo o planejamento com as definições da vaga e já é enviado para a validação do cliente, tudo por meio do Software Selecty.
Então, com a aprovação, inicia-se a divulgação, triagem, seleção, primeiras entrevistas, aplicação de testes, análise comportamental, entrevistas com finalistas e contratação online.
O Empregga realiza o processo seletivo de forma completa, trazendo confiança para o cliente ao cuidar do processo do início ao fim.
O Empregga tem uma missão na sociedade
Concordamos com a Jully quando ela menciona que a missão do Empregga na sociedade é muito grande e louvável. Ela diz que quando se trabalha uma vaga de emprego, trata-se da vida de uma pessoa, de um profissional que estará recolocado no mercado de trabalho e isso gera um ciclo de impacto muito forte.
Ela esclarece que, ao contratar alguém, estamos lidando com sonhos, com expectativas, com a realização profissional. Então, quando uma pessoa se recoloca no mercado de trabalho, ela tem condições de pagar suas contas, de alimentar seus filhos, de realizar sonhos.
Então, resume que é esta a sua missão e do Empregga: “colocar a pessoa certa no lugar certo para que este profissional alcance a realização que deseja, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Nós trabalhamos com sonhos de pessoas. Não é somente uma vaga. Não é somente uma contratação. Vai muito além disso”.
A Jully assume que fica feliz e orgulhosa quando o cliente diz que ela entendeu e proporcionou o que ele precisava, e que agora ele vê o Empregga como seu setor de R&S interno.
São esses sentimentos que o Empregga quer causar. E é aí que a Jully percebe que cumpriu sua missão.
O Empregga empodera mulheres em todo o Brasil
Como já mencionamos, a agente do Empregga atua de forma autônoma, como consultora independente. Ela é empresária e dona do seu negócio. Opera estrategicamente, sendo responsável pelos seus clientes, do início ao fim.
A oportunidade que o Empregga oferece às agentes permite bastante autonomia, o que difere bastante das consultorias tradicionais, nas quais há equipes com processos bem separados, e cada uma faz a sua função.
A Jully, por exemplo, é uma empreendedora que atua, também, no desenvolvimento de outras consultoras, ensinando na prática como trabalhar de forma autônoma e ser dona de seu próprio negócio.
Ela nos conta que tudo isso é possível graças ao apoio das outras agentes do Empregga, e da Laia, co-founder da empresa, uma profissional competente e que está à frente da consultoria.
Além de contribuir com sonhos e com a economia, empoderar mulheres e viabilizar que elas possam se realizar dentro de sua área de formação também é uma missão do Empregga.
Recrutamento e Seleção é muita responsabilidade!
A Jully defende que é fundamental ter responsabilidade com as pessoas, e que seu trabalho consiste em colocar a pessoa certa no lugar certo, tendo cuidado humano com o candidato e com o empresário.
Para ela, o lado humano vem em primeiro lugar, e afirma que seu cliente precisa se sentir apoiado. Declara que não se trata de uma relação estritamente comercial, e que é uma multiplicadora que traz soluções para o cliente e para o candidato.
Ela conta que adora ajudar os candidatos, até mesmo quando não estão num processo seletivo com a empresa: dá dicas de vagas, de como se portar numa entrevista, de comportamento, pois entende que faz parte da missão trazer esse valor e apoio com fraternidade.
Declara que a essência do líder consiste no caráter. Então, traz para o Empregga uma cultura de muita transparência e verdade. Explica que a fraternidade e respeito também são fundamentais na empresa, e que todos são iguais, ninguém é melhor que ninguém, e toda opinião importa.
Para isso, comenta que é preciso entender o perfil e limitações de cada um e como cada pessoa reage. Então, a fraternidade também acontece ao conhecer um ao outro e respeitar as singularidades dos colegas.
Acredita que todas as pessoas podem se adaptar e se desenvolver, e que é possível melhorar, crescer junto. E para ajudar essas pessoas, dá desafios para que possam aprimorar suas competências.
Como é seu dia a dia, levando em consideração a vida profissional e pessoal?
A Jully, assim como muitas mulheres que são mães, desdobra seu tempo entre o trabalho e a família. Trabalha no formato home office e tem uma rotina bem definida para que seu dia seja produtivo e organizado.
Ela brinca dizendo que sua cliente mais exigente é a Bela, que quando acorda, exige seu café da manhã pronto, na bandeja e bem bonito, para que ela possa aproveitar assistindo seu desenho enquanto se prepara para iniciar o dia.
Conta que o Carlos ajuda muito. Ela o ensinou a ser uma criança independente e isso está se refletindo no dia a dia, contribuindo muito nas demandas de casa, inclusive nos cuidados com a Bela.
Assim como outras mães que estão trabalhando em home office, ela explica que em casa existem as demandas dos filhos e toda a logística de levar, buscar na escola, ou de ensino em casa, assim como estamos presenciando regularmente. Então, é bem natural que o Carlos venha pedir ajuda a ela durante o trabalho quando não entendeu ou tem dúvida em algo.
Em paralelo às demandas profissionais, que não podem parar, estando em casa, há mais uma demanda ainda: os afazeres domésticos. Por isso, é preciso programar tudo. Desde o horário que deve acordar, até os mínimos detalhes do dia. Então ela explica que o sucesso é priorizar e ajustar quando preciso, pois o dia é bastante dinâmico.
Ela é uma mãe exigente e diz que, às vezes, precisa se policiar nesse aspecto. Cobra comprometimento e organização das crianças e que elas precisam aprender e manter a regularidade e responsabilidade com as tarefas.
Mas defende que é preciso ter um momento para conversar sobre como foi o dia, quais foram seus desafios e como resolveram. Ela afirma que até mesmo as crianças têm desafios e que é importante conversar sobre isso com elas, assim como também é importante relaxar e deixá-las à vontade em suas brincadeiras.
O RH vem mesmo sendo dominado por elas?
A Jully declara que mulher e homem são dotados de competências e habilidades. E que a mulher tem, sim, toda a capacidade para assumir o cargo que for, seja na área de produção, na engenharia, na engenharia civil, ou nos setores mais masculinos. A mulher também tem total qualificação para ter sucesso.
Mas o que a difere no setor do RH é a questão da sensibilidade. E se tratando de trabalho com pessoas, é preciso saber se relacionar e entender qual é o momento da pessoa, ser sensível às necessidades do gestor, do candidato, dos processos.
A mulher já tem todas as competências, então o que vem agregar à ela e traz uma identificação maior com o setor é a sensibilidade, empatia e emoção. É ser sensível às necessidades dos outros. É ter um olhar diferente, complementando todas as demais habilidades que já domina.
Pontua que a mulher é muito líder, além de conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo, e que se ela precisar focar naquele momento, ela vai focar. Se ela precisar ter empatia, ela terá empatia. Se for preciso colocar emoção, ela vai usar a emoção. Mas se precisar ser mais racional em outra situação, a mulher também o fará.
A Jully testemunha que a mulher tem características muito dinâmicas, especialmente após a maternidade, por conta da responsabilidade que assume na gestão de um lar e na educação de filhos.
Unanimemente, a Jully apontou como maior desafio das mulheres entrevistadas
A Jully aponta que o maior desafio das mulheres que entrevista nos processos seletivos é a recolocação de mulheres mães, e chama a atenção para a necessidade de os gestores e empresas serem mais sensíveis, e entenderem que “não é porque a pessoa foi mãe que ela vai deixar de ser profissional”.
As mulheres mães têm capacidade, habilidades e estudo, mas quando ficam afastadas para cuidar dos filhos no momento pós gestação, passam a ser vistas de forma diferente e enfrentam uma grande dificuldade para se recolocar dentro da área.
Comenta que é bem comum a situação de a mulher dedicar dois anos à maternidade, e já ser vista como uma profissional desatualizada e fora do mercado. Que as empresas esquecem que esse tempo foi necessário para os anos iniciais da criança, que a atenção dada a ela é necessária. Defende que é preciso ter empatia!
A Jully expressa a sua revolta e tristeza em relação ao fato e diz que: “uma mulher que teve um filho não deixou de ser profissional, não deixou de ser competente. Estamos falando de pessoas! Esse preconceito tem que acabar!
Dicas para quem está começando a carreira no recrutamento e seleção
A Jully deu dicas preciosas para as aspirantes à carreira no R&S:
- Seja curiosa: entenda de recrutamento e seleção, de processos;
- Faça cursos de extensão que complementem o conhecimento, como, por exemplo, da Udemy, FGV, Conquer;
- Esteja por dentro do mundo que você quer atuar: pesquise, leia, veja notícias;
- Aprenda sobre metodologia DISC;
- invista em aprender sobre análise comportamental, recrutamento e seleção na prática, R&S por competências.
E o mais importante: esteja um passo à frente! Especialize-se, busque informações, entenda como funciona. Mas adicione tudo isso ao seu currículo!
Explica que, sem dúvida, mesmo ainda não estando na área, quando seu currículo mostrar que você está buscando conhecimento, que está se especializando, estará à frente, pois mostrará que seu interesse pela área e força de vontade vão além da faculdade.
Aconselha que não se deve esquecer que no R&S trabalhamos com pessoas. Defende que é preciso ser sensível às necessidades dos empresários e às necessidades dos candidatos, e que se deve estar em constante desenvolvimento, aprimorando, entendendo o mercado e as tecnologias que temos à disposição.
Lembra, mais uma vez, que trabalhamos com vidas, sonhos e expectativas de pessoas, então temos que ser muito sensíveis e aplicar a empatia no dia a dia, e que isso jamais deve ser deixado de lado.
Jully, agradecemos a sua disposição! E saiba que é, sem dúvida, motivo de orgulho para as mulheres!